quinta-feira, 10 de março de 2011

10 mil visitas!!!


É com grande satisfação que comemoramos hoje, 10/03/2011, a marca de 10 mil visitas em nosso blog/site

Ontem iniciamos a utilização de domínio próprio o oestedeminas.org , mas a contagem vem desde o Blog da ASPEF, iniciado em novembro de 2009. Nesse período, foi criado o Núcleo de Estudos Oeste de Minas da ABPF, para o qual migramos e buscamos enriquecer o trabalho desta grande entidade de preservação ferroviária do país.


Os resultados de nossas pesquisas são divulgados aqui porque julgamos que o conhecimento não pode e não deve ficar restrito a círculos fechados ou engavetado. Ao contrário, para nós, conhecimento deve ser produzido e amplamente divulgado, incitando os debates, suscitando dúvidas e dando subsídios ou provocando novas pesquisas, o que é sempre saudável.


Agrademos a todos os visitantes e esperamos que continuem nos visitando.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Locomotivas (à vapor) alemãs na Rede Mineira de Viação - RMV

Por: Jonas Augusto Martins de Carvalho

     Apesar da maioria das locomotivas do parque de tração da RMV ser de origem norte-americana - leia-se Estados Unidos – houve uma parcela de locomotivas inglesas e alemãs. Neste artigo, serão abordadas as locomotivas de procedência germânica.

    Foram quatro os fabricantes que forneceram essas locomotivas, direta ou indiretamente, como será abordado adiante. Estes são: Berliner Maschinenbau Actien-Gesellschaft vormals Louis Schwartzkopff, o qual por razões óbvias iremos nos referir ao longo do texto somente como Schwartzkopff; Kraus & Cia; J.A. Maffei e Henschel & Sohn.

    Em 1912, a então Rede Sul Mineira - RSM adquiriu nove 2-8-0’s junto ao fabricante Schwartzkopff , numeradas de 210 a 218. Em 1939, as locomotivas foram renumeradas como 402 a 410, já na RMV. Em 1913, foram adquiridas mais quatro 2-8-0’s, que no entanto foram entregues diretamente a Estrada de Ferro Central do Brasil - EFCB provavelmente devido à algum acerto de contas entre as duas ferrovias. Posteriormente na EFCB elas vieram a receber os números 1221 a 1224, sendo transferidas à  Rede Ferroviária do Nordeste - RFN por intermédio do  Departamento Nacional de Estradas de Ferro - DNEF em 1955. Em 1922, mais cinco unidades idênticas foram adquiridas, numeradas de 250 a 254, que na RMV receberam os números de 411 a 415. Dessas locomotivas, infelizmente nenhum exemplar foi preservado.
 
- Locomotiva n° 402, ex nº 210. Foto: Acervo ABPF/NEOM 

A RSM adquiriu em 1919 uma pequena locomotiva do fabricante Krauss & Cia., rodagem 0-8-0T numerada como 240. Com a renumeração geral das locomotivas pela RMV em 1939 ela recebeu o número 154. Esta locomotiva não foi preservada.

Em 1920, a RSM adquiriu de “terceira mão” duas locomotivas tipo Mallet da Companhia de Mineração Santa Matilde, que por sua vez já as havia adquirido de “segunda mão” da Rhatische Bahn (Ferrovia Rética) na Suécia.Estas locomotivas foram fabricadas pela J.A. Maffei em 1891. Na RSM, receberam os números 241 e 242. Após a formação da RMV (Rede Mineira de Viação) em 1931, as duas 2-4+4-0 foram renumeradas como 331 (Sul) e 330 (Sul). Em 1939 apenas a n°330 recebeu o número 156 de acordo com o novo padrão de numeração das locomotivas. Nenhuma dessas locomotivas foi preservada.
- Locomotivas n° 330 e 241. Foto: Photo Abrahão, acervo ABPF/NEOM 

Já em 1925, a RSM adquiriu junto a Schwartzkopff duas 2-8-2, numeradas como 280 e 281, que ainda na RSM foram renumeradas como 310 e 311; na RMV se tornaram as nº  501 e 502. Seis 4-6-2 foram adquiridas neste mesmo ano, numeradas de 263 a 268, que na RMV eram as 304 a 309. A número 307 foi a única preservada dessas locomotivas, estando hoje na rotunda de São João del-Rei.
- Locomotiva n° 280, depois nº 310, por fim nº 501. Foto: Schwartzkopff, acervo ABPF/NEOM  

Nova encomenda à Schwartzkopff  em 1926, dessa vez foram três 2-8-2 numeradas de 284 a 286, ainda na RSM renumeradas de 312 a 314 e finalmente na RMV 503 a 505, e mais três 4-6-2 recebendo a numeração 269 a 271, na RMV 310 a 312. Dessa série adquirida em 1926, somente a RMV 505 foi preservada, e hoje está operacional na VFCJ-ABPF em Campinas-SP.
- Locomotiva n° 312, ex nº 271 em Três Corações, anos 1970. Foto: Acervo ABPF/NEOM 

Em 1927 a Schwartzkopff forneceu dez 2-8-2, numeradas de 315 a 324, na RMV 506 a 515. Adquiriu-se também cinco 4-6-2, numeradas de 272 a 276. Como a RSM possuía linhas “montanhosas”, o tipo 4-6-2 “Pacific” não era o ideal, tendo então a RSM vendido as números 273, 274, 275 e 276 à Oeste de Minas. Quando da renumeração da RMV em 1939, essas quatro locomotivas como eram da EFOM receberam os números inicias da série das 4-6-2, ficando então como 300, 301, 302 e 303. A única das 4-6-2 1927 que ficou na RSM se tornou a 313. Infelizmente nenhuma dessas locomotivas foi preservada.
- Locomotiva n° 506, ex nº 315 no abastecimento de óleo em Itajubá, anos 1950. Foto: Carlheinz Hahmann, acervo ABPF/NEOM 
 
A antiga Estarda de Ferro Paracatu – EFP – adquiriu em 1930 uma pequena 2-8-2 junto à Schwartzkopff, a qual recebeu o nº 60. Quando esta ferrovia foi incorporada à Oeste de Minas, essa locomotiva recebeu o n° 256. Em 1939 com a definição do padrão de numeração da RMV, esta locomotiva recebeu o n° 500.
- Locomotiva n° 60, depois nº 256, por fim nº 500. Foto: Schwartzkopff, acervo ABPF/NEOM  
 
Já em 1946, a RMV recebeu em troca de sete carros de passageiros com a Estrada de Ferro Vitória a Minas – EFVM três locomotivas tipo 2-8-2 “Mikado” fabricadas pela Henschel & Sohn em 1937. Já na RMV, seguindo o padrão de numeração das locomotivas, estas vieram a receber os números 527, 528 e 529, onde foram aproveitadas nos trens de calcário com destino às Siderúrgicas de Barra Mansa e Volta Redonda. Infelizmente, nenhum exemplar destas locomotivas foi preservado.

- Locomotiva n° 152 EFVM, depois nº 528 RMV. Foto: Henschel & Sohn, acervo ABPF/NEOM  

Portanto, no total a RMV possuiu cinqüenta locomotivas de procedência alemã, sendo quarenta e quatro Schwartzkopff, três Henschel & Sohn, duas J.A. Maffei e uma Krauss; sendo que as Henschel e as J.A. Maffei foram adquiridas de segunda e terceira mãos. De todas essas locomotivas, apenas uma 4-6-2 (RMV 307) e uma 2-8-2 (RMV 505) foram preservadas. Obs.: não foram consideradas aqui as 4 2-8-0"s de 1913, pois as mesmas foram recebidas pela EFCB, nunca tendo chegado a RMV.
- Locomotiva n° 307, ex nº 266 preservada na rotunda de São João del-Rei. Foto: Acervo ABPF/NEOM 

- Locomotiva n° 505, ex nº 314, original n° 286 mantida em operação pela ABPF em Campinas/SP. Foto: Acervo ABPF/NEOM

Memorável Trem de Ferro: Um Documentário

Os sonhos de um avô em cenas reais; saudade e aventura que se cruzam nos trilhos da ferrovia São Paulo - Rio Grande. Uma emocionante viagem percorrendo Cem Anos de história à bordo da Locomotiva do Contestado. 
Um Filme de: Ernoy Mattiello - Co-Produção: Vilmar Miguel Sartori, Cleide Fátima Mattiello



O leitor deve estar se perguntando: qual a relação entre um documentário sobre a Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande e a Oeste de Minas?

A locomotiva 235, estrela do documentário, é oriunda da Estrada de Ferro Oeste de Minas. Trata-se de uma Ten-Wheeler (4-6-0), Classe 10-26D, fabricada pela The Baldwin Locomotive Works em 1920. Originalmente EFOM 130, renumerada pela RMV como 235, matrícula definitiva. Abandonada pela SR-2 da RFFSA, tendo trabalhado até primeira metade dos anos 70 como máquina do depósito de Três Corações, foi salva pela ABPF e levada para Jaguariúna (SP) em 1982. Foi posteriormente transferida e restaurada pela regional da entidade no Estado de Santa Catarina.
 
Clip Memorável Trem de Ferro:

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Complexo ferroviário de São João del Rei nos Livros do Tombo (IPHAN)

Complexo ferroviário de São João del Rei (São João Del Rei e Tiradentes, MG)


Outros Nomes: Museu Ferroviário



Descrição: O complexo ferroviário de São João del Rei fazia parte da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, criada através da concessão provincial de 1872, com o nome "Estrada de Ferro d' Oeste". Seu percurso iniciava na cidade de Sítios, atual Antônio Carlos, que estava ligada com a Estrada de Ferro D. Pedro II (depois Central do Brasil), partindo daí para São João del Rei. Através de uma série de concessões, a Oeste de Minas foi se estendendo a outras cidades e ramais, chegando a Oliveira (ramal Ribeirão Vermelho) e desta até Paraopeba (ramal Itapecerica), de modo que em 1894 abrangia um percurso total de 684 Km. A Companhia Estrada de Ferro Oeste de Minas foi constituída na cidade de São João del Rei, através de estatutos aprovados pelo Governo Federal em julho de 1878, sendo considerada a primeira ferrovia de pequeno porte no país, tendo com uma de suas características a bitola estreita de 760 mm. A inauguração do trecho Sítio-São João del Rei ocorreu no dia 28 de agosto de 1881 e contou com a presença do Imperador D. Pedro II. Este trecho possuía a extensão de 100 Km, percorrendo as estações de Barroso, São José e Tiradentes. Inicialmente a Companhia compunha-se de quatro locomotivas, de procedência norte-americana, da fábrica Baldwin Locomotive Works-Philadelphia. O restante do material rodante foi todo construído nas oficinas da Estrada de Ferro D. Pedro II. Em 1957, a Oeste de Minas foi integrada à Rede Ferroviária Federal S/A, sua última proprietária O complexo ferroviário inclui, além do trecho ferroviário São João del Rei, com uma extensão de 12 Km, em bitola estreita (0,76 mm) e ainda em funcionamento como linha turística, as seguintes edificações: 1- O prédio da Estação de São João Del Rei, apresentando plataforma com cobertura estrutural de ferro, de belíssimo acabamento. 2- O prédio da Estação de Tiradentes, caracterizado pelas linhas simples, sem muito detalhamento, com cobertura em telha francesa e plataforma arrematada por lambrequins de madeira. 3- O Museu Ferroviário, antigo armazém de carga da ferrovia ,anexo à estação de São João Del Rei, inaugurado por ocasião do centenário da Estrada de Ferro Oeste de Minas, em 1981, encontrando-se entre suas relíquias a locomotiva número 1. 4- Rotunda de São João Del Rei, com edifício e telhado em forma diagonal, vãos em arco pleno, paredes em alvenaria de tijolos, cuja recuperação realizada pela Rede Ferroviária,procurou manter os elementos construtivos originais. Dos elementos originais foram conservados o "girador de locomotivas ", as linhas e valas de inspeção e alguns pedestais de pedra onde eram apoiadas as colunas de ferro para a sustentação do telhado. Nela acham-se guardados diversas locomotivas e vagões. 5- Oficinas de manutenção, cujo prédio foi inaugurado em 1822. Possui máquinas centenárias de fabricação inglesa, em perfeito estado de conservação, que ainda hoje continuam dando assistência na reparação das locomotivas e vagões. 6- O antigo almoxarifado e antigo armazém, completam a relação de prédios antigos, tendo sido transformados em Centro de Artes e Auditórios. Entre as máquinas e vagões, incluem-se um total de quinze ((15) locomotivas, estando três (3) em operação. As demais acham-se em exposição, sendo uma (1) no Museu Ferroviário, como acima referido, e onze (11) na Rotunda, sendo a maioria de fabricação americana. Com relação aos vagões, nove (9) são utilizados para operação de transporte turístico e os demais ou encontram-se em exposição ou aguardam nas oficinas por trabalhos de recuperação. Texto extraído de: Arquivo Museu Regional de São João del Rei.




Endereço: - São João Del Rei e Tiradentes - MG

Livro de Belas Artes
Inscrição:
596 Data:3-8-1989

Livro Histórico
Inscrição:
528 Data:3-8-1989



Nº Processo: 1185-T-85

Fonte: Arquivo Noronha Santos - IPHAN
Para encontrá-lo no link acima: clique na aba "livros do tombo", no canto superior direito, e depois em "busca", à esquerda, logo abaixo. No campo de busca "palavra-chave" digite "complexo ferroviário". Como é o único do país reconhecido como monumento nacional pelo Estado, protegido por tombamento, o Complexo Ferroviário de São João del-Rei será o único resultado da busca. Clique no nome e confira na fonte, o que está transcrito acima.


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Vídeo de meados da década de 1970 mostra locomotivas em operação comercial em São João del-Rei


Imagens gravadas na segunda metade da década de 1970 na antiga "bitolinha", remanescente da E. F. Oeste de Minas, mostrada como sobrevivente de uma era passada, ainda com uma tecnologia considerada arcaica.

O registro, realizado em filme Super 8, mostra trechos de uma viagem de São João del-Rei em direção à Aureliano Mourão e alguns takes da estação e pátio de São João, inclusive flagra a rotunda (demolida em 1973) e outras partes do pátio.

Autor: desconhecido (quem souber, encaminhar a abpf.neom@yahoo.com.br)

Obs 1: O vídeo é aqui publicado com fins educacionais, num esforço de preservar a memória e a construir a História ferroviária nacional.

Obs 2: Se o autor se sentir ofendido e/ou prejudicado, favor nos comunicar que retiraremos imediatamente o vídeo.